Hoje, eu vivi uma História. Hoje eu também quis escrever sobre o pai "Nem, Nem". O pai "Nem, Nem" é o que nem é presente na vida do filho, nem arca com o sustento da prole. O pai "Nem, Nem" é um verdadeiro crápula.
O pai "Nem, Nem" pode ser um péssimo pai, mas nada o impede de ser um bom contribuinte da previdência social. Esse tipo de pai, ao menos sob a ótica do sustento da prole, vale mais morto do que vivo. Isso porque a previdência do INSS nunca atrasa e muitas vezes a pensão por morte é maior que a pensão alimentícia do pai enquanto vivo.
Continuando: hoje, fui citar um homem para que pagasse duzentos e poucos reais no prazo de três dias a título de verba alimentar, sob pena de prisão. Como ele morreu há poucos dias, obviamente deixei de citá-lo. Minutos depois, fui intimar a genitora (e representante) do menor - agora órfão de pai - nessa demanda de alimentos para que prestasse informações relevantes àquele processo em audiência.
Após intimá-la, a mãe do menino me disse já saber da morte de seu ex; que o falecido contribuía para a previdência regularmente e que apesar de não pagar alimentos devidamente, o falecido era um "pai presente"; que aquele menino com ela era o único filho do "de cujos" e que o menininho ficava inconsolável chorando com saudades do pai por diversos momentos desde que soube do óbito.
Essa foi a História mais triste desse meu dia de trabalho. A criança receberá do INSS a pensão por morte de um salário mínimo (muito mais que o valor da pensão alimentícia do processo) até completar 21 anos sem nunca ter qualquer tipo de atraso. Contudo, isso está muito aquém de qualquer consolo porque o falecido não era um pai "Nem, Nem.".
Hoje, eu quis escrever sobre o pai "Nem, Nem", mas vivi uma História. Porque vivi essa História acabei escrevendo sobre o pai que atrasa o que deve e que muitas vezes paga menos do que o que deve, mas é o pai que deixa saudade no coração de uma criança. Que Deus o Tenha.