Dentre
as características da profissão de Oficial de Justiça, temos o fato de
obedecermos os magistrados como Marujos (estrita legalidade), mas
guiarmos os nossos destinos (discricionariedade) indo a lugares
perigosos como verdadeiros Capitães de Navios. A coragem e o risco de
morte são inerentes à nossa profissão. Uma vez, ouvi uma história antiga do tempo em que as Américas foram descobertas, quando os navios
buscavam as Índias, quando estavam atrás do Novo Mundo. O capitão
de um desses navios ia ser atacado com toda a tripulação por um
navio pirata. Antes que os marujos entrassem em pânico, o capitão mandou
que seu imediato trouxesse a camisa vermelha daquele capitão. O
imediato foi buscar, o capitão se trocou, pegou a espada e foi feito um
louco guerrear contra os piratas. Os marujos viram o capitão, se
inspiraram nele e o seguiram. Poucos morreram. Aquela tripulação foi
atacada outras tantas vezes, mas sempre o capitão mandava o imediato
pegar sua camisa vermelha, se trocava e ia pra luta com sangue nos
olhos. O imediato resolveu perguntar pro capitão o motivo de
todas as vezes ele vestir a camisa vermelha. A resposta do capitão foi que se
fosse ferido na guerra contra os piratas, a camisa vermelha não deixaria
os marujos saberem se o capitão estava ferido e lutariam até o final
com tudo o que tinham. Um dia depois, não um, mas dez navios piratas
gigantescos apareceram para saquear aquele navio. A tripulação começou a
se desesperar, mas o imediato foi logo perguntando ao capitão.
"Capitão, aqui está sua camisa vermelha.". O capitão, olhou pros dez
navios e deu sua ordem ao imediato "Imediato, dessa vez, traga minhas
calças marrons!". Assim somos nós em nossos trabalhos. Para cada ocasião
deve haver uma roupa que passe para os outros respeitabilidade e
imponência (como os paletós nos mais diversos fóruns e tribunais) ou
que, pelo menos, não permitam que demonstrem o quanto estamos com medo (nos lugares mais inóspitos desse enorme Brasil.).
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